MULHER SOLTEIRA PROCURA
Por Renata Maranhão para Brasil Travel News 243
O ano começou, mas parece que certas coisinhas continuam pendentes do ano passado - e até de anteriores. Hoje em dia, um grande problema social se forma e ainda não temos a resposta para isso – pelo menos, não, para esta geração.
De que problema estamos falando? Da dificuldade de se encontrar a alma gêmea. Um fato social e mundial da humanidade. Pesquisas apontam a dificuldade em mulheres de Nova York, passando por Cingapura à Pindamonhangaba, em encontrar alguém para amá-las e aceitá-las exatamente como são. O problema se agrava se a mulher é bem-sucedida em sua profissão, seja ela qual for. Algumas buscam em divãs de analistas e psicólogos a resposta para sua solidão. O medo de passar dos 30, 35 anos e não ter construído sua própria família.
Veja só, em Cingapura, o centro financeiro da Ásia, as estatísticas são: para cada 100 mulheres com nível universitário, 40 nunca se casarão. Mostra um destino até cruel, mas uma opção das mulheres daquela nação em não aceitarem a tradição de seus antepassados que tinham na mulher uma figura submissa ao marido. Hoje o governo até incentiva a volta das mulheres ao lar com o receio de não existir uma substituição populacional daqui a 30 anos.
Agora olhe por outro lado: Um estudo do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas descobriu que a solteirice é rentável às mulheres. Dezenove milhões de brasileiras com mais de 20 anos, sem marido ou companheiro, têm renda 62% superior à das casadas ou que vivem com seus namorados.
Já o antropólogo Roberto Da Matta afirma que os homens temem as mulheres bem-sucedidas. Diz que a ascensão profissional aumenta a solidão, uma vez que o sucesso estigmatiza, marca as pessoas, o que dificulta as relações. Espanta determinados tipos de parceiros e restringe o mercado conjugal.
Então eu pergunto: O que é ser bem-sucedida? Ter uma profissão, ser independente, estudada, malhada, viajada, intelectualmente inquieta ou casar, ter filhos, constituir família e cuidar de um lar? Ou ainda, tudo isso junto? É possível? Como, se os homens se assustam com a firmeza de opiniões e “virilidade” desta mulher e não enxergam a feminilidade existente nela? Para piorar o escritor Michael Noer diz que casar com uma mulher de sucesso pode levar ao divórcio, adultério e vida sem filhos. Um estudo feito em 2005 pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, afirma que mulheres que ganham mais de 15 dólares por hora, ficam pelo menos 2 horas a menos em casa nos afazeres domésticos! E eu te digo: os homens ainda querem suas esposas em casa!!! Por mais que admirem as mulheres que trabalham, não sabem lidar com elas – salvo exceções, quando a mulher possui remuneração infinitamente inferior.
Na verdade as mulheres querem as mesmas coisas que suas mães, mas vivem uma vida completamente diferente delas. É como se nenhuma conquista tivesse valor sem um homem em casa.
Uma espécie de efeito colateral que somos obrigadas a enxergar, aceitar e se possível, transformar.
Em uma determinada idade, sonhamos com o príncipe mesmo sabendo que não existe. Lá pelas tantas, esquecemos do príncipe. Procuramos alguém que seja seguro de si, nos aceite como somos, nos incentive e que nos entenda. Cá entre nós, continuamos a falar de um príncipe, né?
Agora eu digo, quando a mulher tem mais opções de escolha, infelizmente este número se reduz bastante. O individualismo que antes era mais característico aos homens, agora é também incluído nas mulheres. Ninguém quer abrir mão de sua individualidade. E como fica?
Que tal reduzir um pouco as exigências e procurar alguém somente que nos entenda? Mesmo se encontrarmos já ganhamos na Loteria.
Agradecimento:
Ilustração Markos Camargo
Bibliografia:
Why Smart Men Marry Smart Women (Simon & Schuster) Christine Whelan
Blog : Don’t Marry Career Women escritor Michael Noer.
Are Men Necessary? Elizabeth Corcoran/ site: Don’t Marry a lazy Man
Porque Não Sobraram Homens Bons – Barbara Whitehead